(enquanto caem as folhas perpetua-se o anjo ancorado)
Aconchega-me
abraça-me e não fales
também me calo.
Não diremos nada senão
este abraço sentido sem identidade desconhecida
seremos a semente ateando uma vela
de cera de fio a pavio.
Conforto-te
abraço-te sem falar
não ouviremos sequer
um grito um barulho de aves
ou o gemido de um gato senão
esta vaga de paz e compadecida cumplicidade
sobre o teu ventre em que sorrio discreto
e longamente mostrando os dentes.
Porque a teu lado o mundo é isto:
a alegria ao extremo
antecedendo as vozes à distância
tangente das nossas palpitações.
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