quinta-feira, 25 de março de 2010

Um suave sopro esvoaçando (ou o pavio de incêndios)




um dia aprendi através das luzes
que todas as manchas de carvão
têm a errância das minhas mãos

que o papel não escurece
nem se aclara com o passar
dos anos e no entanto só

o que vejo me tem fugido
entre parágrafos e diários
de nada possuir senão


a eterna criança que me
conta o que sinto muito

são as palavras que
escrevo e os poemas

que aparecem nos sinais

sibilos em sonhando-se

lua bermas e rastros
o sol de tão esperado

desejos derradeiros sempre



23.03.2010

1 comentário:

Inês disse...

és como sempre foste e como ainda te recordo :)
um beijo de uma sempre e tua pérola ;)