quarta-feira, 1 de setembro de 2010

s e m p r e (ou a eternidade)



a folha que se despe. uns dias antecedidos. ele pensou. a carvão podem-se apagar em agonia lenta. por isso é que as escreve a tinta. de súbito. letras maiúsculas de letras minúsculas. dela. para ela. a lebre. a febre. com uma ideia atravessada. um som muito comprido. e o estalar dos dedos. bebe duas doses de café. vinte e poucos graus na rua. manhã como há muito não acontecia. pára. pensa um pouco mais. nisto um autocarro com meia dúzia de estranhos abranda no sinal vermelho. depois desaparece. ele retoma. a partir de um ponto. um outro ponto. de encontro de chegada. dois pontos: continua. a inspiração evidente dos seus olhos. parado frente a um vidro fosco. para vê-la. para lá de uma massa baça. que não é de nevoeiro mas do cigarro que fuma. a nicotina espalha-se e desvanece-se. ela não. pois que venha o que vier sem esperar o que quer que seja. a não ser ela. na primeira duração de sete dias e sete noites. se ela soubesse. se ele sonhasse. sem interromper o sonho que ele dorme depois dela adormecer. maravilhosamente doce. dócil. a falar baixinho o que a paixão quer dizer. a única razão de haver e existir. ele deixa de pensar. ela já dorme. e tem assim a consciente certeza que consistentemente insiste em guardar. dela junto a ela. para a abrir quando acordar.


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