domingo, 23 de março de 2008

Dies Solis


Noites num mesmo pensamento. Num ligeiro sopro, profundo e infinito.

Quase que de olhos vendados, da boca ao ouvido num segredar discreto

às cegas e às escuras condenado
como que amarrado às cicatrizes e às impossibilidades

desejadas
de cada grito interior.

Branco. Qual a cor do sentir?

A tonalidade profana das emoções? Quando é tudo branco?

Ou quando tudo sobeja o branco?

A negro, houvesse um desfecho para a consciência, e
da demência, que razão?

Mais: as vozes que ouço não são as vozes que procuro. Embora a reflexão seja feita através de imagens. E de mãos, que as trago cheias de derrotas.

Algumas, âmbar e fragmentos de frágeis momentos a

branco.

Nessa noite escura,
em Inverno nos olhares tristes de todos os que nunca conheci.

Chovem dilúvios, há neve nas ruas.
A pele antecipa o sol, nas folhas que estão por escrever, frias.

E indiferentes ao gelo, as lágrimas ocupam sempre um estranho lugar
na brancura dos dias que se repetem madrugadoramente.

2 comentários:

Anónimo disse...

A noite... o preto... o branco... misturam-se num cinzento que nos provaca o sentir.. que nos faz encontrar connosco.. é nesse lugar de silêncio, por vezes assustador, que nos olhamos e nos vimos com maior nitidez! Esse lugar de que insistimos em fugir a sete pés!!

Gostei muito de aqui chegar! Gostei muito das palavras...

Kuss,

teetee

Anónimo disse...

Volto para agora agradecer as suas palavras que enriquecem as minhas...
Sabe muito bem quando acolhem e guardam as nossas palavras!
Guardarei
"a Palavra que te acompanha é sempre um pedaço da tua carne e do teu sangue."

Kuss de klimt

teetee