sábado, 18 de fevereiro de 2012

claro escuro (ou o luar)




sexta feira, em nocturna passagem. amanheceu escureceu e anoiteceu. fenómeno casual como o tempo que avança. algures há uma casa, alguém se recolhe, encolhe-se sob o calor da cama em que dormiu o dia inteiro. e escolhe um filme que adie a vontade de se fechar na sua concha acolchoada, para até depois. entretanto, num outro ponto incidental, há um coração onde é sempre madrugada. por maior, um único pormenor: na vida que se habituou a viver é a transparência que lhe ata e desata todos os nós, sem surpresas sem sustos sem incógnitas. a semelhança está, ocasionalmente, nas contracções que demora até se expandir,  até depois. entre uma coisa e outra, o tempo avançou de um corpo ao outro sem tocar nenhum deles. por momentos, os olhos colidem no mesmo movimento. mas só isso, algures entre o silêncio e a vigília. eles estão exactamente posicionados sobre o lado esquerdo do sonho, sonho esse que suporta tudo aquilo que importa. algures, esse coração sabe de alguém e alguém sente esse coração. por fim, são os gestos que repousam, deitados. até para depois, sábado. ou até mesmo, até para depois disso.

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