o amor está para a natureza humana como os planetas estão para o sistema solar. de Júpiter a Saturno passando por Mercúrio e terminando em Plutão. e todos os dias se continuam a descobrir novos planetas da mesma forma que todos os dias se continuam a desvendar novas formas de perpetuar o amor, essa arte de enamorar o gémeo de si mesmo. no caso deles, em absoluto planeta Terra, o desenlace era uma fórmula um pouco mais complicada. ele queria ser sublime sem metafísica, ela desejava ser a vanguarda de mulher da sua geração. e teimosamente chocavam frontalmente, no mesmo caminho – curiosamente - a velocidades iguais. só para adoçar o desfecho. ela dizia: pode amar quem quer. ao qual ele respondia - mas ama mais e melhor quem sabe. ela palpitante, ele na expectativa. mas na força que cedia à distância, ele para ela: o meu mundo és tu. ela para ele: hoje, o amanhã volta a fazer sentido. acabando por fechar os olhos para se beijarem, a tremer dos membros superiores com as despedidas que eram ao mesmo tempo a saudação daquilo que é inteiro. por alturas de um dia catorze de um determinado mês, ele vestiu-se a rigor de fisga apontada a ela. e ela apresentou-se com o coração desmascarado e pronta a ser conquistada. pelo menos por uma vez, estavam certos de que atirariam a pedra ao ar só depois de perguntar quem lá vem. cruzaram-se sabidos e achados, chocaram ao de leve no verbo querer e, a julgar pelo modo como se entregaram, neste mundo ou num outro por eles inventado - a maior descoberta está em ser tudo e todas as coisas, por amor. assim, naturalmente que a pedra se transformou no melhor e no mais bonito que tinham para dar um ao outro. o amor, no caso deles, viveu pela vida fora. [de tão imenso, como o universo].
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