domingo, 20 de junho de 2010

toque (ou a sensibilidade na ponta dos dedos)



o nome começa a piscar. no visor uma tonalidade que vibra. um som que se rasga. um suspiro intenso. nenhum dos dois sabe exactamente o que dizer. ouvem as suas vozes diluindo pequenas afirmações. coisas que dizem o que é preciso. mal posso esperar. diz ela. para suprimimos esta nossa ausência. desabafa ele. riem os dois. como estás. pergunta-lhe ele. estou com falta de ti. responde-lhe ela. e durante alguns minutos vão trocando certezas do que os une. a ela esgota-se a força. a ele a resistência enfraquece. nenhum dos dois suportará mais do que necessário. em demasia em excesso. são água e fogo sob brasas. em combustão minuciosa e evidente. tocam-se sem medo. e mesmo no fim da chamada nenhum dos dois se questionará porquê. não têm duvidas. que a vingança será quente. ardente. exacto. o quê. o apego tem destas coisas. o colo onde um deita no outro a cabeça para poder enfim sorrir. de volta à vida. de felicidade. ou tudo o que ela tem de melhor.


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