acorda e nem se levanta
com o sol a bater na cara
encoberto início da lenta
manhã
nuvens baixas de rasante
nevoeiro entre as cortinas
a corda esticada até
um violino cansado
e todas as ruas ali
repercutindo perfis
pessoas e o mundo
ali mesmo o dever
a necessidade e o
porvir displicente
despertar dos olhos
caos de quântico azul
alinhar a ponta solta
e existir inteiramente
génese sem algum tipo
de mutação inverosímil
indesejada a imprevisibilidade
quando respira tão brevemente
e mais ainda suspirando
em tiras espessas de tempos
inúteis alagados suores e
afrodisíacas transpirações
a pedido de lágrimas sem
nome
uma excitação inesperada
nomeando noites do seu
extenso caudal que se atrasa
ao redor das veias pulsando
o corpo todo
talvez ao escapar uma
iluminação sorridente
estranhando porém
o desenlace levado a
cabo trazido de dentro
guardando tudo
lembrando cada
coisa
porque
todos os espelhos são
um a um nenhum
retrato
memória nenhuma
irreversíveis vozes
o tempo sempre passa
como um passatempo
hábito diluente
recado invulgar
às vezes
é aquele tiro dado no escuro
sem se conhecer onde pára
desferindo o humano golpe
antes de cair sobre a água
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