segunda-feira, 8 de dezembro de 2008
Ipsis Verbis
Desconheço-te e jamais olhei para ti
sabendo as tuas feições semelhantes ao rosto que observo pela manhã,
na alvorada eternamente escura do nosso infortúnio
- infuturo.
Desconheço-te e jamais olharei para ti
decifrando os dias da minha vida, contando solenemente todas as
histórias que erguemos da juventude - na rebelde convicção
em que sobraria um pouco um do outro
se mais não restasse de quem não julgámos ser.
Desconheço-te e jamais olho para ti
mesmo se ontem foi o passado mais próximo que - haja -
há manhã
a ilusão séria de te recordar.
Entregue ao simples retrato que em frente às rugas
seguro desmembrando a sós
a certeza porque
Não é no Outono que a chuva nos traz o frio do Inverno,
nem no Verão que as folhas secam de solidões Primaveris
Asseguro-te que me desconheço e jamais me admirarei
da tua ausência - real ficção seria
irreconhecida e invisível se em cada olhar
te desapareço.
(...)
Não te olho. E por isso,
volto costas e talvez um dia consiga chorar.
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